Vem este tema a propósito por várias razões, entre outras:
• A IA está plenamente em moda e assim continuará nas próximas décadas;
• O Parlamento Europeu aprovou recentemente um conjunto de regras que regulam globalmente a AI e impõem requisitos de transparência (IA Act.);
• Existem desafios e problemas novos que impactam fortemente a sociedade.
Não irei partir para uma abordagem “meramente” técnica, mas tentarei enunciar de forma breve e objetiva as principais evidências sobre a AI e a sua aplicação.
O conceito surgiu na década de 40 do século passado e deve-se ao trabalho pioneiro de Alan Turing e à chamada Máquina de Turing que funciona ainda como modelo teórico de computação.
No arranque, os investigadores debateram-se com limitações que foram sendo vencidas nas décadas seguintes, nomeadamente:
• Poder computacional: os primeiros computadores eram muito lentos e limitados em memória para executar código/programas de IA complexos e “pesados”.
• Representação do conhecimento: era difícil para os programadores codificar o conhecimento humano em regras e símbolos que os computadores pudessem entender.
• Falta de dados: a quantidade de dados/Data Base disponíveis para treinar sistemas de IA era diminuta.
Atualmente, o objetivo central da IA é desenvolver sistemas que consigam aprender, raciocinar, resolver problemas e tomar decisões autonomamente, sem precisarem de instruções específicas a cada momento. É importante saber que a IA não recria a inteligência humana exata, mas simula algumas capacidades similares.
Os campos de aplicação são vastos indo da ciência, à saúde, ensino, entretenimento, governação, etc. Existem ferramentas e aplicações que usamos no nosso quotidiano, baseadas em IA. Contudo, nesta fase de desenvolvimento acelerado, o uso generalizado e não regulado desta tecnologia tem impactos no indivíduo e na sociedade em geral, nomeadamente, em questões éticas, no mercado de trabalho e levanta dúvidas legais. Basta lembrar que a IA assenta na programação criada pelos humanos, o qual não estará livre de preconceitos, dando origem aos chamados viés algoritmos que, por sua vez, induzem em falsas ou imprecisas informações/resultados.
Preocupante, em termos legais e com impacto na criatividade humana, é o efeito de vulgarização das artes com reflexos nos respetivos direitos de autor. Apresentar desenhos, música, literatura ou outra forma de arte a partir de AI, não é arte genuína, pois falta-lhe a habilidade, a criatividade pura, a emoção humana!
Nota: Para utilizar a IA, comece por pesquisar sites e defina uma shorlist atendendo à natureza do uso que pretende.
Por: António Montezo
(Licenciado em Informática)